domingo, 9 de maio de 2010

VACUIDADE

Verdade última - Vacuidade

Extraído de Transforme sua vida por Venerável Geshe Kelsang Gyatso.

A vacuidade não é um “nada”, mas é a real natureza dos fenômenos.
Verdade última, vacuidade e natureza última dos fenômenos são o mesmo.

É preciso saber que todos os nossos problemas surgem porque não compreendemos a verdade última. Permanecemos na prisão do samsara porque, devido às nossas delusões, continuamos a nos envolver em ações contaminadas. Todas as nossas delusões surgem da ignorância do auto-agarramento.

A ignorância do auto-agarramento é a fonte de todos os nossos problemas e negatividades, e a única maneira de erradicá-la consiste em realizar a vacuidade. Não é fácil compreender a vacuidade, mas é extremamente importante nos esforçarmos para fazê-lo. Nossos esforços serão, por fim, recompensados com a cessação permanente do sofrimento e com o êxtase incessante da plena iluminação.

O propósito de compreender a vacuidade e meditar sobre ela é livrar nossa mente de concepções errôneas e aparências equivocadas, para que venhamos a nos tornar um ser completamente puro, ou iluminado.

Neste contexto, o termo “concepção errônea” refere-se à ignorância do auto-agarramento – uma mente conceitual que se agarra aos objetos como se fossem verdadeiramente existentes; e “aparência equivocada” refere-se à aparência de existência verdadeira dos objetos. Concepções errôneas são obstruções à libertação e aparências equivocadas são obstruções à onisciência. Só um Buda abandonou ambas as obstruções.

Existem dois tipos de auto-agarramento: de pessoas e de fenômenos. Com o primeiro, agarramo-nos ao nosso próprio eu e ao eu dos outros como se fossem verdadeiramente existentes; com o segundo, agarramo-nos aos demais fenômenos como se fossem verdadeiramente existentes. As mentes que apreendem nosso corpo e mente, nossas posses e o mundo como verdadeiramente existentes são exemplos do auto-agarramento de fenômenos.

A principal finalidade de meditar sobre a vacuidade é reduzir e, por fim, eliminar os dois tipos de auto-agarramento. O auto-agarramento é a fonte de todos os nossos problemas; nosso sofrimento é diretamente proporcional à intensidade do nosso auto-agarramento.

Por exemplo, quando nosso auto-agarramento está muito forte, ficamos aborrecidos até quando alguém nos provoca de brincadeira, ao passo que em outras ocasiões, quando está mais fraco, podemos até rir com a pessoa que nos provocou. Uma vez que tenhamos destruído por completo nosso auto-agarramento, todos os nossos problemas desaparecerão naturalmente. Até temporariamente, meditar sobre a vacuidade é muito útil para superarmos ansiedade e preocupações.

Para saber mais sobre a bodichita, consultar os livros Novo manual de meditação, Coração de sabedoria, and Oceano de néctar.


Um comentário:

  1. Boa tarde Monge Petrô,
    Fiquei muito lisonjeada com sua visita e comentário, o que me estranha monge é sua enorme cultura e cair num bloguinho tão simples,
    mas feito com amor.
    Hoje ainda tenho que trabalhar mais um pouco, mas amanhã estarei visitando seu lindo blog para obter mais conhecimentos: sou muito curiosa
    Parabéns e obrigada
    luasingular

    ResponderExcluir